segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ética no Pindorama

Por Laís Trovarelli

Em época de disputa política, basta que se anuncie o horário eleitoral obrigatório para que milhares de televisores sejam desligados. Essa atitude simples reflete um aspecto que é comum a grande parte da população: a omissão espontânea frente à assuntos políticos.

Essa tendência que os brasileiros desenvolvemos a associar a palavra "política" com "corrupção" e "chatice" segrega de forma quase intransponível Estado e população. Com absoluto desinteresse em relação às atividades de seus governantes, o povo limita-se a generalizá-los passivamente, como se a falta de ética de que os acusam fosse aceitável.

Escândalos que acabam chegando à população são logo esquecidos. Sob eles, deposita-se o conformismo e a idéia de tratar-se de um problema da "sociedade", essa massa invisível da qual o indivíduo não reconhece sua participação.

Enquanto houver essa falta de identificação do brasileiro com a sua nação, ele não estará apto a protege-la, seja em pequena ou em grande escala. Assim, a ética tupiniquim permanece um tanto preguiçosa, precisando de um estímulo que a desperte.

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