segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não ao corte do plano de saúde dos estudantes

Por Renato Farac Galata
Graduando em Licenciatura em Ciências Agrárias

Em mais uma ataque à universidade pública para privatizar a USP, burocracia universitária vai cortar plano de saúde dos estudantes da ESALQ, assim como já fizeram nos campi de São Carlos e Bauru
Em meio à crise na USP na escolha do Reitor-Interventor para implementar o plano do PSDB de privatizar as universidades estaduais, no início desse ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu um processo contra a USP por considerar ilegal os processos de contratação de plano de saúde particular nos campi do interior. Segundo o tribunal, foram encontradas irregularidades tanto no que se destina o plano de saúde, quanto à forma de contratação.
No despacho publicado no Diario Oficial do Estado em 30/04/2010, o Tribunal de Contas determinou a exclusão dos alunos e seus respectivos dependentes do contrato do plano de saúde, entendendo que se trata de um benefício “indevído”.
Segundo o TCE, a ampliação da assitência médica aos alunos vinculados à universidade e seus dependentes seria entendido como um “gasto atípico”do Poder Público, “visto que não se compatibiliza de forma direta com o interesse público”.
No campus de São Carlos e Bauru já foram cortados os planos de saúde.
Dessa forma a USP vem sorrateiramente excluíndo a assistência médica dos estudantes, um campus por vez, em doses homeopáticas, para impedir que os alunos se organizem para lutar contra mais esse ataque a universidade pública e aos direito dos estudantes.

O exemplo de exclusão do plano de saúde no Campus de São Carlos

No caso do campus de São Carlos a assistência saúde foi retirada no período de férias. Quando os estudantes retornaram às aulas em agosto já estavam sem o plano de saúde.
O pedido de exclusão foi tratado no período de greve na USP e foi a própria Codage (Coordenadoria de Administração Geral) e a Assessoria Técnica quem trataram de encaminhar toda a documentação do processo com o TCE, sem que isso nem ao menos fosse pauta nos Conselhos do Campus de São Carlos. Por último, o processo foi analisado pela Consultoria Jurídica da USP e o seguinte parecer foi emitido que “entende ser prudente adotar a manifestaçao da Assessoria Técnica, o que significa proceder às tratativas necessárias, junto com a empresa Unimed, para retirar do objeto do contrato, por aditamento, a prestação dos serviços relacionados aos alunos.”
Dessa forma, 6.828 estudantes de graduação e pós graduação e seus dependentes foram excluídos do plano de saúde da UNIMED (prestadora de serviço em São Carlos), sem nenhum aviso prévio.

A exclusão do plano na ESALQ

Na ESALQ, quem presta o serviço de assistência saúde é a Santa Casa. O contrato vence em fevereiro de 2011. Dessa forma, na renovação do contrato não poderiam ser incluídos os estudantes, por conta da decisão do TCE, e apenas os funcionários e professores teriam direito à continuidade da assistência médica.
Porém, os próprios funcionários da UBAS Piracicaba já estão alertando alguns alunos que a reitoria não irá esperar o fim do contrado e fará a exclusão já no próximo mês de dezembro.
Apesar de muitos professores e a direção da ESALQ já estarem cientes dessa medida, a ordem é não comentar nada com os estudantes, para que estes não se levantem contra essa medida absurda que irá afetar e muito sua vida acadêmica. Funcionários do UBAS dizem ainda temer que os estudantes descubram e com isso aconteça um “corre-corre” por guias médicas antes do plano acabar. Ou seja, da mesma forma que nas outras unidades do interior da USP, a idéia é que o plano seja cortado sem aviso prévio aos alunos da ESALQ.

Assistência Médica é direito dos estudantes

Parece bem conveniente a exclusão dos estudantes do plano de saúde num momento em que vários direitos, principalmente estudantis, estão sendo retirados e a universidade sendo rifada para as fundações privadas.
A assistência médica, assim como a assistência moradia e alimentação, faz parte da política de permanência estudantil, uma forma de garantir que o estudante que teve que sair de sua cidade consiga manter-se fora de casa e dedicar-se integralmente aos estudos. A assistência médica particular é oferecida aos estudantes do campus do interior que não possuem estrutura hospitalar, já que na capital há o hostpital universitário que atende os estudantes.

Lutar contra a privatização

No caso de São Carlos, segundo a reitoria da USP, a Universidade “economizará” cerca de R$ 120.000 por ano. Dinheiro este que certamente não será investido para melhorias na Universidade ou nas condições de assistência aos estudantes.
Os estudantes não devem acreditar e aceitar que isso seria uma economia para melhorar o ensino e investimento na universidade. Esse dinheiro vai diretamente para o bolso da burocracia universitária e investimentos nas fundações privadas ligadas a esses professores. Com certeza, os gastos com os privilégios realizados com a minoritária burocracia que controla a universidade é muito maior e não será nem um pouco reduzido.
A decisão do TCE e o ataque ao plano de saúde dos estudantes vem a calhar, pois ocorre no momento em que Rodas coloca o seu plano de privatizacao da USP em curso, cortando gastos e atacando, principalmente, os estudantes e funcionários.
A exclusão da assistência médica aos alunos é mais um caso dos ataques impostos pelo reitor-interventor, João Grandino Rodas, e mais uma forma de ataque à Universidade Pública.
Essa é mais uma demonstração da ditadura que impera dentro da USP, onde os setores mais necessitados são os que mais sofrem os cortes. Isso somente ocorre porque quem controla a universidade é justamente quem se beneficia com a sua destruição. Essas decisões abitrárias são tomadas porque os estudantes, que são os maiores interessados na universidade pública e de qualidade, não possuem nenhum poder de decisão nos rumos desta. Como foi visto nas eleições-farsa para reitor e como estamos vendo agora a eleição-farsa para diretor da Esalq, onde os estudantes e funcionários não possuem nenhum poder de decisão.
Enquanto a universidade for gerida por meia dúzia de parasitas esse tipo de situação vai se tornar cada vez mais comum.
É preciso derrubar essa burocracia e estabelecer um governo tripartite com maioria estudantil no governo da universidade. A universidade deve ser gerida por um governo que represente a sua maioria, os estudantes.
Está colocado para os estudantes organizar uma série de mobilizações para barrar a retirada do plano de saúde dos estudantes

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Divagações

Por Antonio Rodrigues de Oliveira

Associação dos moradores do Bairro Monte Alegre

Enquanto nos acotovelamos e brigamos pelo sucesso nosso de cada dia, tentando a torto e a direito vender o nosso peixe, o planeta terra continua seus dois ciclos ( rotação e translação), dando - nos de presente um nascer e um por de sol , às vezes de tirar o fôlego, outras vezes imperceptível devido ao acumulo de partículas causada por uma poluição incomensurável ( o terrível efeito estufa).

Em busca do sucesso e do acumulo de riqueza atropelamos quem está na nossa frente e não observamos o quanto somos semelhantes e dependemos mais dos nossos próximos do que de nós mesmos.

O próximo é o nosso espelho, nossa bússola e nosso termômetro. É espelho quando há a reciprocidade nos atos e opiniões.

É nossa bússola quando nos corrigem ou criticam, ou quando nos convencem.

É o nosso termômetro quando apontam nossas fraquezas e tropeços e também nossas virtudes.

A vida é como um teatro ou um circo onde a platéia deve gozar de plena saúde física, mental e intelectual.

Só assim poderemos através do choro ou dos risos avaliar as nossas ações, nossas reações, a nossa imagem.

Não devemos nos esquecer de distribuir na entrada antes do espetáculo “o saquinho de pipoca e um bom chumaço de algodão doce”.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Às margens da Carajás

Por Alberto Kirilauskas

Um traço não linear riscando o estado do Maranhão liga pontos distantes. Por cima dos trilhos passa a riqueza dos solos dessa região, e passam também pessoas que vêm e vão de pontos mais próximos ou distantes, chegando ao destino desejado ou até onde a vida lhe permite alcançar. Das janelas dos dois lados do trem se pode observar às margens desse traço. Ali há desenhos de diferentes formas, tamanhos, cores e outros adjetivos, estas são as suas margens. E quem está de passagem vê parte de um mundo às margens, e a parte de um mundo não permite dizer muito mais do que a impressão estampada na retina por um breve instante. Não se ouve falas e não se toca. Nesse breve passar se sente uma pitada do aroma do local misturado com todo o cheiro da composição, e se escuta um tom do som local misturado com a percussão das engrenagens do trem e seu contato com os trilhos. E mesmo sendo um ponto, é um ponto denso, ponto que faz o coração bater diferente. Algumas vezes ele bate suave com as paisagens da terra e céu misturadas num único desenho e outras ele bate dolorido ou estranhamente alegre com as casas e casebres de tons pastéis.

Nas casas ou casebres moram pessoas, e elas enxergam a linha do trem que passa, e passa cheio. Leva pessoas e minérios e deixa nas casas os sonhos, muitas vezes ilusórios, de que aquele trilho a levará para a conquista do novo mundo tão conhecido das telas das tv’s e dos discursos e conversas da vida cotidiana. E lá está o caminho, parado, um caminho não movimenta as pessoas, ele apenas permite que elas trafeguem sobre eles. Todas as facilidades de um caminho, onde o trilhar é muito mais fácil, onde os riscos são menores, apenas estimulam a ida, mas nenhum ser humano é carregado totalmente involuntariamente, pois ele é capaz de refletir, todos somos capazes de reflexões, todavia o imaginário construído que muitas vezes é apresentado como se fosse um modelo adequado de vida, está presente no cotidiano de todos, onde se inclui aqueles e aquelas que se encontram às margens dos trilhos, e quem está às margens da Carajás possui um estímulo diferente, o caminho visível diariamente. Ele está alí, aparentemente ao alcance das mãos, das rudes mãos dos trabalhos braçais, mãos que levam e trazem coisas, mãos que fazem as cidade, vilarejos ou povoados ao longo dessas margens.

Ao passar pela Carajás, e parar por um instante de minha vida numa cidade às margens, fico com a estranha sensação gerada pela mistura dos valores doloridos e vivamente alegres dos que vêem tanta coisa passar e os valores frios do que passa e não observa quem estava, mesmo que por um breve momento, do seu lado, e o mundo dos valores dos minerais que nunca sentiram o sabor de olhar pela janela e tatear com os olhos a vida dos que ali vivem.

"Será que é o trem que passou

ou passou que ficou na estação?"

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Debate entre candidatos a diretoria da ESALQ

O Centro Acadêmico "Luiz de Queiroz" (CALQ) e a Associação dos Docentes da USP (ADUSP) -Regional Piracicaba realizarão, no dia 17 de novembro, debate entre os candidatos à lista tríplice para Diretor da ESALQ:
- prof. José Vicente Caixeta Filho, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES)
;
- prof. Márcio Rodrigues Lambais, do Departamento de Ciência do Solo (LSO);
- prof. Natal Antonio Vello, do Departamento de Genética (LGN).

debate: com perguntas do público, abertas e fechadas
Data: 17 de novembro (quarta-feira)
Horário:
das 18h às 20h
Local:
Anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais (LCF)
Além do debate, no dia 22 de novembro, das 8h às 22h30, em frente ao Centro de Vivência (C.V.) (para toda comunidade esalqueana) e nos departamentos (somente para os docentes), será aplicada pesquisa de intenção de votos.
Mais informações pelo e-mail calq@esalq.usp.br .

Fonte: Assessoria de Comunicação ESALQ/USP

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tema vencedor VIII SIGA

Por Rachel Trovarelli

Já está definido o tema para o VIII Seminário para Interação em Gestão Ambiental, o SIGA: Economia Ambiental. Após aproximadamente 2 meses de votação, este tema teve uma vitória apertada, por apenas 2 votos de diferença. Houveram 80 votos.
A comissão organizadora do evento já está se reunindo preparando o SIGA 2011. As reuniões ocorrem as quartas feiras 10h30 na sala do CAGeA, na Engenharia. Todos estão convidados a participar. Maiores informações falar com Ariane (Baralho).