Aqui vai o meu aparte:
enquanto o mundo caminha para o precipício eu desenvolvo duas funções: primeiro tento freiá-lo com toda a força que me é disponível para realizar essa ação, pois ainda tenho um sentimento estranho que me relaciona com as pessoas e o planeta. Faço dos meus pés grossas solas para que ao pisar nos espinhos eu ainda possa caminhar. Por mais que a minha voz pareça sempre estar num quinto plano, eu falo. E que os mais sensíveis possam ouví-la e não acatá-la, mas sim destrinchá-la e juntar os pedaços e montar uma imensa interrogação. Carrego o peso nas costa de saber que por mais que eu tente tanta coisa, sempre há falhas.
A segunda função que eu desenvolvo com a delicadeza que me faz crer na existência de algo maior é de aprender a voar.
