sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Otávio Ouro e Joaquim Barro

Por Alberto Kirilauskas

Otávio e Joaquim acordaram cedo, e ambos possuem mais de 65 anos e todos os dias eles acordam cedo, pois já não faz mais sentido dormir até tarde. Otávio segue para o seu trabalho, assim como Joaquim. Otávio chegou mais rápido, pois mora mais perto do seu local de trabalho e seu meio de locomoção é mais rápido, e Joaquim demorou a chegar, pois o serviço em que está no presente momento é distante de sua moradia, e ele necessita pegar meios de transporte menos eficientes. Os dois trabalharam o dia inteiro, e retornaram, cada um ao seu modo e com o tempo que lhe é cabível para retornar para os seus lares. Otávio chegou às 18h enquanto Joaquim, hoje, chegou às 20h35. Os dois possuem famílias, a do Otávio é pequena e a do Joaquim é extremamente grande. Um trouxe um prato chinês para a família jantar e o outro comprou pão e leite na padaria. Os dois dormem para amanhã acordar cedo. Os dois são humanos, mas Otávio sempre aparece na frente no texto e Joaquim atrás.

“A classe média não quer direitos, ela quer privilégios.” (Milton Santos)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Materiais para a terceira edição impressa do O Marreco.

Boa noite,

nós da equipe do O Marreco convidamos a todos a enviar materiais (fotos, textos, poesias etc.) para a terceira edição do jornal e também para serem inseridos no blog.

O email para envio de material é omarreco@yahoo.com

Ressalta-se aqui a importância do envio de material. Nós da gestão ambiental estamos constantemente redigindo textos para disciplinas, projetos ou outras atividades. Tal fato demonstra a importância dessa capacidade que vamos aprimorando ou adquirindo ao longo da nossa passagem pela graduação e que posteriormente a utilizaremos na nossa vida de egresso. Desta forma, o espaço (jornal impresso e blog) que está sendo construído por nós gestores ambientais, nos oferece oportunidades para colocarmos nossas certezas para fora de nosso lar e assim descobrirmos quão real ela é.

Além do fato do desenvolvimento da técnica da escrita, os materiais também favorecem o desenvolvimento das leitoras(es) que acompanham esse movimento.

Agradecemos a colaboração de todos.


domingo, 15 de agosto de 2010

PLANTAS REDUZEM CORTISOL, O HORMÔNIO do ESTRESSE

Por Rachel Trovarelli
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Exposição a plantas pode aliviar o estresse, aumentar imunidade e proporcionar a saúde integral: químico produzido pelas plantas é benéfico aos seres humanos.

Por Anahad O’Connor, do jornal New York Times, 5/7/10

Passar mais tempo junto à natureza pode ter alguns efeitos surpreendentes à saúde. Numa série de estudos, cientistas descobriram que, quando as pessoas trocam suas “prisões” de concreto por algumas horas em ambientes naturais – florestas, parques e outros locais com muitas árvores –, elas apresentam um aumento na função imunológica.

A redução do stress é um fator. Mas os cientistas também associam isso a phytoncides, químicos transportados pelo ar emitidos pelas plantas para protegê-las do apodrecimento, de insetos, e de micróbios, e que aparentemente também beneficiam os humanos.

Um estudo publicado em janeiro incluiu dados sobre 280 pessoas saudáveis no Japão, onde a visita a parques naturais para efeitos terapêuticos se tornou uma prática popular chamada de “Shinrin-yoku”, ou “banho de floresta”. No primeiro dia, algumas pessoas foram instruídas a caminhar por uma floresta ou área arborizada por algumas horas, enquanto outras caminharam pela cidade. No segundo dia, inverteram as atividades. Os cientistas descobriram que estar entre plantas produziu “menores concentrações de cortisol, menor frequência cardíaca e pressão arterial”, entre outros aspectos.

Vários outros estudos mostraram que visitar parques e florestas parece aumentar os níveis de células brancas, os leucócitos. Num estudo de 2007, homens que fizeram caminhadas de duas horas numa floresta por dois dias tiveram um aumento de 50% nos níveis de linfócitos. Outro estudo descobriu um aumento nos leucócitos, que durou uma semana, em mulheres expostas a phytoncides do ar da floresta.

De acordo com estudos, a exposição às plantas e árvores parece beneficiar a saúde.

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Parece que um sentimento que sempre tivemos, foi comprovado cientificamente. Ou alguém aí nunca foi a uma fazendo, sentou em baixo de uma árvore ou coisas do tipos pra "esfriar a cabeça?"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Programa Universitário de Educação Ambiental

Acontece na ESALQ nesses dias 12,13 e 14 de agosto, a construção do Programa Universitário de Educação Ambiental do Campus. A PROGRAMAÇÃO detalhada segue abaixo. 


12/08/2010 (Quinta-feira) , no Anfiteatro Professor Salim Simão, do Pavilhão de Horticultura da ESALQ


19h às 21h30
Abertura oficial com os dirigentes do campus

Mesa Redonda: “A ambientalização do Ensino Superior: da gestão do campus a sala de aula”.

Palestrantes:

Prof. Miguel Cooper – Plano Diretor Socioambiental do Campus

Prof. Marcos Sorrentino – A EA no ensino superior

Prof. Javier Benayas (à confirmar) – A experiência da Universidade Autônoma de Madri

Haydeé Torres - A experiência da Universidade Federal de São Carlos



13/08/2010 (Sexta-feira)

8h00 às 11h30 - Oficina de construção do Programa Universitário de Educação Ambiental (turma 1)

14h às 17h30 - Oficina de construção do Programa Universitário de Educação Ambiental (turma 2)


14/08/2010 (Sábado)

8h30 as 12h - Grupo de aprofundamento na criação do Programa Universitário de Educação Ambiental


O evento é gratuito, e aberto à toda a comunidade.

Para mais informações, planod@esalq.usp.br ; (19)3429-4051

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A arte e o ambiente.

Por Alberto Kirilauskas

Falar sobre arte e ambiente gera a estranha sensação de estar tentando definir algo que não se apresenta como definível. Diante dessa estranheza arrisco algumas palavras para anteceder a poesia de C. Drummond.
A arte está entrelaçada com o meio. Essa, muitas vezes, é estampada com as tintas dos seres que a fazem. Assim ela é viva. Viva porque é feita por seres que pensam e sentem. As reflexões por ela gerada contribuem para esse nosso processo de aprendizado. Então que seja ela nossa parceira para o processo educativo ambiental, e que sejamos parceiros dela para o aprendizado do ser humano em sua essência.


Eu etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade

"Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção."
Oswaldo Montenegro

sábado, 7 de agosto de 2010

Entre discussões e desentendimentos, avanços.

Por Rachel Trovarelli

“A cidadania planetária vem de dentro, do coração e da mente, da ligação profunda com a mãe Terra”. Moacir Gadotti

Aconteceu de 20 a 24 de julho de 2010 o V ENEGeA, na cidade de Inconfidentes-MG. O evento contou com cerca de 150 estudantes de diversas instituições do centro-oeste e sudeste, entre elas: ESALQ (USP - Piracicaba), EACH (USP - São Paulo), UFGD (MS - Dourados), UFSCAR (São Carlos), SENAC (SP), UnB (Brasília), IFSM (sede, Inconfidentes), PUC MG, PUC SP, UNICOR e CEFETE (Rio de Janeiro).

O Evento contou com diversas palestras e espaços de discussões específicas, além de confraternizações culturais, churrasco e balada.

Breve Histórico

O I ENEGeA surgiu em Piracicaba, na ESALQ, conhecida entre os estudantes como o berço dos movimentos da Gestão Ambiental. Este evento foi realizado juntamente com o SIGA (Seminário para Interação da Gestão Ambiental), que se trata de um evento temático que ocorre na ESALQ com diversas palestras e mesas redondas.

O II ENEGeA, também ocorreu em Piracicaba. Nessa época surgiu o COBAM, conselho brasileiro de ambientalistas, formado por ecólogos, gestores ambientais e paisagistas. O encontro contou com poucos participantes, porém todos muito engajados. Estes estudantes não concordaram com esse conselho e surgiram dois movimentos de reação: a ANAGeA e a ABRAGeA.

Já o III ENEGeA, ocorreu em Matinhos, na UFPR-Litoral. Houve então, a percepção da pluralidade dos cursos de Gestão Ambiental e surgiu a busca por uma identidade minimamente comum. Deste evento, surgiu o encaminhamento de criação de um Fórum para discutir essa identidade do curso, com professores e estudantes. O I Fórum de Representantes Discentes ocorreu novamente em Piracicaba, na ESALQ.

O IV ENEGeA, ocorreu no Mato Grosso do Sul, em Dourados na UFGD. O evento contou com aproximadamente 200 estudantes. Os Grupos de Trabalho (GTs) se focaram em entrar em contato com outras instituições principalmente do norte e nordeste e formar a nova galera que participava do evento. Formou-se então, 2 GTs: um de comunicação e outro para elaborar o II Fórum de Representantes Discentes que seria em Brasília, na UnB.

O II Fórum de Representantes Discentes não foi realizado devido a problemas de comunicação entre a CONEGeA (conselho nacional dos estudantes de Gestão Ambiental) e o pessoal organizador da UnB. Depois de muitos desgastes e desentendimentos, a UnB desiste de sediar o II Fórum de Representantes Discentes.

O V ENEGeA

O V ENEGeA contou com uma programação recheada de palestras sobre políticas públicas, o curso de Gestão Ambiental da IFSM, a luta pela sustentabilidade entre outras. Diversas opções de mini-cursos e muitos espaços para discussão dos GTs: a) fundamentos do ENEGeA e b) institucionalização da CONEGeA.

A plenária final do evento votou item por item dos princípios do ENEGeA e a institucionalização da CONEGeA. Ao final, chegou-se a um primeiro corpo de texto e a um início de estatuto. Pessoas que se disponibilizaram a representar sua instituições, estarão melhorando tanto os fundamentos como o estatuto para votação final no próximo ENEGeA.

Foi deliberado que cada Centro Acadêmico ali representado, deveria eleger até setembro 3 representantes para a CONEGeA.

Ainda na plenária final, foi votado que o próximo Encontro Nacional dos Estudantes de Gestão Ambiental ocorrerá em Três Corações na UNICOR, o II Fórum de Representantes Discentes ocorrerá em São Paulo na EACH e o surgimento de um novo evento: o InterGeA ou OrGeA que será um campeonato de esportes e gincanas entre as instituições de Gestão Ambiental. A primeira edição será sediada por São Carlos, na UFSCAR.

Fotos do evento estão disponíveis neste blog, do lado esquerdo abaixo do painel de edições.

Para saber mais, acesse www.enegea.org ou então entre em contato com o CAGeA através do email: pataki_patakola@yahoogrupos.com.br . Se houver sugestões de aprofundamento sobre o assunto, escreva para omarreco@yahoo.com .


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Análises complexas para a resolução de questões complexas.

Por Alberto Kirilauskas

Parece-me fazer sentido e ser lógico o título desse escrito. Acredito se tal frase fosse pronunciada em qualquer espaço de debate muitos concordariam com ela, podendo ser a maioria ou unanimidade. Mas diante do meu viver na área ambiental - reconheço ser ainda um pequeno viver -, eu desconfio que existam muitas pessoas concordando com a idéia do título, e por outro lado preenchem os espaços de discussão com análises rasas sobre diversas questões. Dentre essas diversas questões, que envolvem segurança pública, saúde, está a questão sócio-ambiental. O ambiente, este emaranhado de relações sociais, culturais, políticas, físicas, químicas, biológicas, se apresenta claramente complexo, assim, se a frase estiver correta, será necessária uma análise complexa para buscar a resolução dos seus problemas.
A questão dos resíduos sólidos pode ser um exemplo para alimentar a reflexão. Alguns dizem que basta aplicar multas mais severas para coibir a degradação do meio e outros dizem que se deve permitir a degradação do meio porque eles, os que atualmente degradam, não possuem acesso ao modelo - estando ao longo dos anos às margens do mesmo. Pode se propor, para a resolução dos problemas dos resíduos sólidos, colocar mais lixeiras e catadores nas ruas, assim, além de se empregar mais pessoas nas indústrias que produzem as lixeiras e diretamente com a contratação de mão de obra, o meio seria mais bem cuidado, deixando a cidade limpa, dando as pessoas uma melhor qualidade de vida. Mas quem é que joga o lixo nas ruas? Quem gosta de ser catador de lixo? Quem valoriza os catadores? Quem produziu as embalagens descartáveis? Quem fez a propaganda do produto? Quanto de energia se gastou para produzir e depois recolher a embalagem? Ela realmente era necessária? Qual produto estava embalado? Quanto custa? As perguntas seguiriam até um ponto em que se consideraria adequado para se pensar nos resíduos, onde, se fosse aberto para outras pessoas se pronunciarem provavelmente viriam novas perguntas pertinentes ao tema. Então até onde devemos ir com os questionamentos para encontrar resoluções satisfatórias? Eu desconheço a existência de limites para encerrar as reflexões e a partir dali agir.
A ação demanda energia, e quando estamos executando-a tendemos a refletir menos e focarmos nossos esforços para finalizá-la. O pronunciar dessa frase pode favorecer a emersão da seguinte afirmação: A ação é desconectada da reflexão e vale o oposto. Entretanto, de acordo com minha análise, não se apresenta verdadeira essa afirmação. A ação, apesar da exigência de esforços, permite, dentro de suas limitações, que se realizem reflexões dentro do “processo de agir”. Sendo a ação em muitos casos um processo, ele permitirá dentro dos espaços existentes a afloração da reflexão, permitindo, desde que haja esforços para tal, que a ação seja reflexiva. E no que tange a reflexão como primeiro plano, entendo que deve existir a ação dentro do processo reflexivo. Aqui vale a mesma linha de raciocínio da ação, onde o processo reflexivo permite, dentro das suas limitações, a ação para trazer para o concreto o que está na abstração. Ressalta-se também a importância da reflexão pré e pós-ação, pois ela fornece elementos novos quando se está fora do ambiente em ação.
Vejo esse processo reflexivo dentro do desenvolvimento das ações e a ação dentro do processo reflexivo, como fundamental para embasar as análises na área ambiental. È a reflexão, referenciada nos conteúdos adquiridos em leituras, conversas ou de outra forma, que permite traçar as relações existentes entre os fatores sócio-ambientais, permitindo a realização de análises complexas. Tecer opiniões sem o aprofundamento das mesmas não nos levará ao que é profundo, mas sim nos deixará na superfície onde veremos nossa face envelhecer diante do reflexo na lâmina d’água cada vez mais turva.


"Super homem não supera a superfície."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Fotos V ENEGeA

Por Rachel Trovarelli

As fotos do V ENEGeA estão sendo disponibilizadas neste blog. No canto esquerdo, embaixo das edições tem o link. Em breve, estaremos recebendo mais fotos e atualizando este espaço.
Veja aqui, nos próximos dias, a relato completo do evento.