sábado, 13 de fevereiro de 2010

Consumo de Madeira amazônica em Piracicaba equivale a 6,6 mil em árvores

A ONG Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) concluiu um estudo sobre a comercialização e o consumo da madeira amazônica no município de Piracicaba que traz resultados alarmantes.
Segundo o estudo, em 2008, a cidade consumiu 11 mil m3 cúbicos de madeira amazônica serrada, volume equivalente a 6,6 mil árvores. Desse total, 68% foram adquiridos pelo consumidor final, enquanto 16% pelas construtoras, 15% pela indústria de produtos madeireiros e as marcenarias 0,9%. O estado proveniente da maior parte desse material vem do Mato Grosso (67%). Em seguida aparecem Rondônia (12%), Pará (6%) e Acre (5%).
Na maioria dos casos, a madeira foi comprada pelo consumidor final diretamente dos depósitos, que a obteve por intermediários da Amazônia ou de serrarias.
Para produzir toda essa matéria-prima de forma sustentável, calcula-se que seja necessário 660km² de floresta, metade da extensão do município.
Na realização da pesquisa, o Imaflora fez o levantamento dos depósitos de madeira, das indústrias de produtos de madeireiros, das marcenarias e construtoras existentes na cidade. Os dados foram coletados a partir de 71 questionários nesses setores e aplicados de forma presencial ou por telefone no período de maio a agosto de 2009. A ONG não avaliou se a madeira tinha origem legal.
Segundo o estudo, a exploração desse material na Amazônia quando realizada de forma criteriosa e sustentável é fonte de desenvolvimento socioeconômico e contribui para a conservação da floresta. Quando realizada de forma predatória configura-se como uma atividade de alto impacto socioambiental. Quase metade (43%) da produção da madeira amazônica é realizada de forma ilegal, trazendo para o mercado consumidor grande parte da responsabilidade sobre o futuro da maior floresta tropical do mundo.
As instituições entrevistadas dizem que a origem da madeira é o quesito de menor importância na hora da compra pelos clientes e raramente são questionados sobre o assunto.

Para que o consumo de madeira amazônica tenha o menor impacto possível na floresta a ONG diz ser fundamental que:

· Exija-se nota fiscal do produto;
· Solicite, à empresa vendedora, a apresentação do Documento de Origem Florestal (DOF) ou da Guia Florestal (GF)11 e da nota fiscal da madeira por ele adquirida;
· Solicite, à empresa vendedora, a apresentação do comprovante de inscrição e o Certificado de Regularidade, no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF12 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA;
· Sempre que possível, reutilize a madeira adquirida;
· Dê preferência à madeira com a certificação FSC.

Equipe O Marreco

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