sábado, 13 de fevereiro de 2010

Conferência Internacional do Clima


Segundo o 4° relatório do IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, composto pelos mais renomados cientistas especializados em clima do mundo - a temperatura média da Terra, não pode aumentar mais que 2°C em relação a era pré industrial, até o
final do século, ou as mudanças climáticas sairão completamente do controle.
Para frear o aumento da temperatura, necessita-se diminuir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. O ideal seria que a quantidade de carbono não ultrapassasse de 350ppm, porém já estamos em 387ppm e esse número aumenta 2ppm por ano.
Diminuir a emissão de gases de efeito estufa, implica em mudanças sociais e econômicas profundas e é por essa razão que os países têm resistido em adotar metas energéticas em relação ao assunto. Através da queda do uso de combustíveis fósseis, substituindo-os por uma matriz energética renovável e limpa, já temos um grande avanço. Medidas como o combate ao desmatamento e a devastação florestal, aliada a mudança de hábitos de consumo poderemos, ao menos, estabilizar a temperatura planetária.
A 15° Conferência das Partes, realizada pela Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre o Clima, de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague (Dinamarca) espera concretizar um acordo climático global, onde, países desenvolvidos se comprometam a reduzir mensuravelmente as emissões de gases estufa. A Comissão trabalhará de acordo com as responsabilidades históricas de cada país. Já que os países desenvolvidos começaram a emitir esses gases primeiro - devido ao seu modelo de crescimento econômico - devem arcar com as maiores parcelas no corte de carbono. A expectativa é que assumam metas de diminuição entre 25% e 40% entre 1990 e 2020. Enquanto isso países em desenvolvimento, se comprometeriam a desenvolver um modelo de crescimento econômico mais verde, sem impactar o ambiente.
Paralelamente, será realizada simultaneamente a 5° Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto, onde serão definidas as metas para o segundo período de compromissos do documento que vai de 2013 a 2017. Até 2012, os países que assinaram este protocolo, devem reduzir suas emissões em 5,2%. Espera-se que nesse novo contexto, os Estados Unidos tenham uma postura diferente, e assinem o tratado agora sob a gestão de Obama.
Foram estabelecidos 5 blocos de discussões e acordos para a COP-15, são ele
Visão Compartilhada: antes de qualquer acordo, é necessário que os paises entrem em consenso sobre um objetivo global de redução da emissão de gases.
Mitigação: tratará do apoio financeiro e tecnológico dos países desenvolvidos em relação as nações em desenvolvimento. As regras dos mecanismos de compensação devem ser formatadas. São eles: Mercado de Carbono, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal e Medidas Nacionalmente Apropriadas de Mitigação.
Adaptação: Os paises pobres, são os menos responsáveis pela situação, porém serão os primeiros a sofrer as conseqüências. Portanto discute-se um plano de ajuda econômica e tecnológica a esses países, possibilitando até a criação de um fundo internacional de adaptação para essa finalidade.
Transferência Tecnológica: Discute-se como a tecnologia dos países desenvolvidos será passada aos demais. Cogita-se inclusive, a quebra das patentes.
Apoio Financeiro: Será fundamental que os países desenvolvidos ajudem o resto do mundo financeiramente, tanto em novas tecnologias, quanto as fiscalizações e adaptações as mudanças climáticas.
Participam, com poder de voto, da reunião as nações que assinaram o Protocolo de Kyoto ou são signatários da Convenção. Outros países e ONGs podem participar como observadores. Os chefes de Estado não participam obrigatoriamente, podendo mandar representantes.
O Brasil e a França decidiram levar uma proposta comum a Conferência, onde sugerem medidas concretas, como a criação de uma organização internacional de ambiente e desenvolvimento sustentável. Entre os pontos mais polêmicos, trazem também uma meta de redução de emissões em ao menos 80% para países desenvolvidos em relação a 1990 até 2050.
Entre governos conservadores e outros mais pró-ativos, os ambientalistas preferem ser cautelosos, sem esperar a solução de todos os problemas, porém cobrando atitudes significativas dos representantes. Resta saber se os governantes do planeta perceberam onde vivem, sem menos prezar seu habitat natural ou super estimar a capacidade de adaptação da espécie humana.

Rachel Trovarelli

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