quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O mundo exterior e o mundo interior no mesmo mundo.

Por Alberto Kirilauskas

Somos um ser assim: interior e exterior. Lembro-me de quando jovem eu pensava que os radialistas eram pequenas pessoas que estavam dentro daquele estranho aparelho onde, em casa, se ouviam contar estórias e tocar canções. E nessa mesma época lembro-me da queda do muro de Berlim. E era assim, um mundo com a física e metafísica junto, um mundo onde se podia ver elefantes voando e outro que era composto por machucados causado por quedas de bicicleta que doíam em sua realidade. E hoje eu me sinto assim, convidado a mergulhar em mim e a contribuir para outra realidade social, e ao ler o escrito do Hermann Hesse me identifico.
“No caminho que vai da juventude à velhice há dois degraus principais: a interiorização e conscientização do próprio eu e, em seguida, a sua ordenação à comunidade. Quanto mais simples sem problemas for o jovem, tanto mais fáceis parecerão essas duas tarefas. As pessoas talentosas e bem dotadas achá-las-ão difíceis. Mais difíceis ainda o acharão aqueles a quem um talento especial não indicar, por si mesmo, o caminho a trilhar. Toda vida, porém, é ousadia. Importa encontrar sempre o equilíbrio entre, de um lado, os dotes pessoais e os instintos e, de outro, as obrigações sociais. Esse equilíbrio não se alcança sem sacrifícios e sem falhas. Mesmo nós, os velhos, aparentemente já realizados e estáveis, não nos achamos isentos de dúvidas e erros. Antes, vivemos cercados deles. “ Hermann Hesse
                Lembro-me quando era jovem sem a ilusória nostalgia do mundo perfeito, mas sim com a compreensão atual que hoje eu necessito ver as luzes que brilham dentro de mim e de todos os outros humanos e não humanos, e as luzes da cidade que iluminam de maneira diferente seus cidadãos e seus não cidadãos. E que essa luzes iluminaram o que eu sou num tempo passado.
                O cuidado deve-se tanto pela dimensão interior quanto a exterior - que inclui o interior de todos os outros. Desconfio ser assim que andaremos de mãos dadas com a felicidade. E como escrito por Hesse, isso não é uma tarefa fácil, pois a inércia social tentará nos direcionará, até porque é arriscado nos inserirmos em multidões sem uma grade capacidade crítica de forma a buscar saber que há mundos interiores que devem ser cuidados. A sabedoria é despender energia em busca dela e assim seguiremos até o final de nossos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário