quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quando o coração acorda.

Por Alberto Kirilauskas


Diante de tanta assustadora violência observada em estatísticas, com o olhar e em notícias, decidi escrever algumas palavras para expressar uma parte do que entendo do mundo, mais especificamente do ser humano.

Aos que deixaram esse mundo cedo demais.

O dia nasce e o sol ilumina nosso corpo, então partimos muito bem sem saber o motivo, mas partimos. Nossos pedaços seguem em rumos diferentes, uma parte está no trabalho, outra na estrada que percorremos quando éramos crianças. Um outro está vagando pelo espaço, buscando dentro da gente uma vida extraterrestre parecida ou não com o que já imaginamos. Há aquele pedaço que está com nossas mães, pais, irmãs e irmãos, lá, sentado na sala conversando ou assistindo televisão junto. Tem o pedaço que corre pelas ruas não asfaltadas descalço. Outro pedaço está comendo o bolo que a vó fez e ainda quente é engolido. Há um desesperado sentado na cadeira do escritório e outro aliviado sentado na beira do topo da montanha. Existe aquele pedaço vagando por mundos ainda não inventados...
Do pouco me faço todo
Do todo me faço vivo
Vivo me divido em milhões de parte
Em partes eu parto
Em partes eu fico.
Continuo desconfiado que o caminhar humano é assim, carregado de sentimentos, lembranças, perspectivas e de toda a metafísica possível. Dentre as milhões de possibilidades possíveis para existirmos, nós existimos numa única. Existimos com nossas escolhas e nossas não escolhas. E se somos assim, metade lembrança do passado e a outra metade a projeção de futuro, assim físicos e metafísicos, se somos concretos e abstratos, se somos o todo mesmo removendo o todo, nos cabe compartilhar a vida, ver o outro como sendo si próprio, e a partir do reconhecimento do outro em si próprio, poderemos buscar constantemente uma vida e um mundo não violento.
“O inacabado pensar segue pela linha do tempo.”

DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

Mario Quintana...

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