quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mitos e verdades sobre os biocombustíveis

Atualmente muito se diz sobre os biocombustíveis, confira alguns pontos importantes à respeito deles!


Óleo vegetal in natura é a mesma coisa que biodiesel

O óleo vegetal in natura é uma das matérias-primas desse biocombustível. No entanto, o biodiesel para chegar a sua composição final e ser adequado ao uso de motores a diesel, precisa passar por um processo industrial. O mais utilizado deles é o da transesterificação que consiste em adicionar o óleo vegetal ou gordura animal a um álcool (etílico ou  metílico) na presença de um catalisador. Após essa reação química, obtém-se de um lado glicerina e do outro biodiesel.

Os biocombustíveis são responsáveis pelo aumento do preço dos alimentos

No cenário internacional é importante observar que a crise dos alimentos é multidimensional. Diversos são os fatores que pressionam os preços dos alimentos. O primeiro deles, e seguramente o mais importante, refere-se ao fortalecimento das principais economias emergentes mundiais. O processo simultâneo de ampliação de renda associado à urbanização das populações tem pressionado fortemente a demanda por alimentos no mundo, mudando os hábitos alimentares da população que migra do campo para a cidade e passa a substituir o consumo de grãos e tubérculos pelas chamadas proteínas “mais nobres”, como carnes e lácteos. Outro fator foi a alta dos custos de produção das commodities agrícolas.

O Programa do Biodiesel prejudica a produção de alimentos

Ao contrário do que acontece com o álcool americano (que é produzido a partir do milho), por exemplo, o biodiesel é um combustível eu contribui para o aumento da oferta de alimentos. As oleaginosas são compostas principalmente por uma parte protéica e outra de óleo. O processo de produção esse biocombustível inicia-se pela separação da proteína do óleo, sendo este último convertido em biodiesel. A proteína restante, chamada de farelo ou torta, é destinada ao mercado de produção de ração animal para conversão e geração de fontes de proteína animal (carne e leite). Considerando o principal grão empregado para a produção de biodiesel no Brasil – a soja –, tem-se que cada metro cúbico de biodiesel gera cerca de 4 toneladas de farelo de soja que, convertidos pelo animal, produzem cerca de430 kg de carne bovina. Isso significa que esse grão passou a ser convertido em farelo e óleo em vez de ser exportado na forma natural, devido a existência desse novo mercado de biodiesel. O produto resultante (carne e leite), com valor agregado muito maior do que o grão de soja, aumenta a disponibilidade interna de fontes proteicas alimentares.

A expansão do biocombustível contribui para o desmatamento da Amazônia e outros biomas protegidos

Quando se busca a realidade da produção de matérias-primas no Brasil verifica-se a enorme distância entre os fatos e suas versões. Embora seja de suma importância as discussões obre as mudanças no uso da terra, principalmente no que concerne à preservação de áreas de alto valor biológico, é importante frisar que a expansão de produtos agrícolas não ocorre em qualquer tipo de bioma. A partir de uma avaliação da Embrapa, pode-se concluir que a especulação de que o biodiesel resultará em danos ao meio ambiente devido ao plantio é incorret, pois o Brasil tem potencialidade de produzir biodiesel sem ampliação da fronteira agrícola e preservando as áreas naturais de florestas.

Fonte: ABRAMOVAY, Ricardo. Biocombustíveis. São Paulo: ed. Senac, 2009.

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