domingo, 31 de julho de 2011

Ato Nacional em Defesa do Código Florestal Brasileiro

Por Rachel Trovarelli

Hoje, dia 31 de julho, está ocorrendo em Brasília, o Ato Nacional em Defesa do Código Florestal Brasileiro. O Ato visa chamar  a atençao do povo brasileiro e dos senadores para as questões de enormes impactos ambientais que tem sido debatidas no país: a contrução da Usina Hidroelétrica de Belo Monte e as alteracões no Código Florestal Brasileiro, proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB).

Segue a carta-convite para o Ato:

Pra não dizer que não falei das árvores

Em nosso país, a cada quatro anos nós elegemos democraticamente os nossos governantes para que eles possam legislar de acordo com nossa vontade. No entanto, o que vemos acontecer, sempre e sempre, são esses mesmos governantes, eleitos por nós, legislarem a despeito de nossa vontade (a vontade da população), indo inclusive contra ela e em favor de si próprios e dos interesses de toda espécie de grandes proprietários.

Uma vez escrita, uma lei define os destinos de pessoas e de outros seres, determina o que podemos e o que não podemos desejar, decide, em suma, sobre a VIDA e, consequentemente, sobre a morte também.

Neste momento está tramitando no Senado a proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro que, se aprovada, abrirá brechas que possibilitarão uma maior degradação das áreas de vegetação nativa que ainda restam em nosso país; a diminuição das matas ciliares de rios e córregos fundamentais para a vida de nossos biomas; e ainda isentará de sua responsabilidade todos aqueles que desmataram em terras brasileiras até 2008. Essa mera alteração em um documento coloca em xeque o destino de toda riqueza natural de um país. Isso pode interessar muito aos grandes latifundiários e pecuaristas que poderão, às custas de nossas florestas, ampliar ainda mais as monoculturas de soja e outras commodities para exportação, mas não interessa à maior parte da população, pois o alimento que comemos vem basicamente da agricultura familiar e não de tais latifúndios.

Esse poder que dá a poucos o “direito” de legislar em nome de muitos talvez seja grande demais, pois não consulta nem considera cada uma das pessoas envolvidas nas consequências das decisões tomadas, e nem se responsabiliza devidamente por cada destino alterado.

Em uma democracia, a vontade da maioria das pessoas deveria ser a lei. E no entanto nunca se ouviu falar, no Brasil, de algum decreto que tivesse aumentado em 10 vezes o salário mínimo, ou os recursos e investimentos em saúde pública e educação; mas muitas vezes se ouve falar de aumentos absurdos de salários de parlamentares, de mega empreendimentos que contratam e pagam valores bilionários a corporações ligadas a representantes políticos.

Em nome disso, convidamos cada pessoa que se identifique com essa questão, a expressar publicamente a sua vontade, num ato simbólico, plantando uma árvore nativa do cerrado em frente ao Congresso Nacional para dizer claramente às pessoas que fazem e decidem as leis que eles não têm o direito de alterar tão drasticamente os destinos de tantas vidas, sem ouvir ou consultar o povo.

Não devemos obediência a leis anti-democráticas, leis que não sejam claramente a favor da maioria, como é o caso das alterações no Código Florestal e da permissão ilegal e imoral da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (entre outros tantos absurdos por parte do poder do Estado Brasileiro). Tais projetos, se perguntados ao povo brasileiro, seriam certamente negados. Portanto, por não parecer haver mais nenhuma solução efetiva e eficaz para esses problemas não vemos outra coisa a fazer senão pegar em árvores! É preciso defender a sociedade e o meio ambiente, contra um poder que age contra as forças naturais e a vida.

Que todos saibam que florescerá nos gramados do Palácio do Planalto o “Jardim da Liberdade do Povo”, uma abundante agrofloresta para que o povo da cidade de Brasília e também dos arredores, seja o primeiro a perceber que não precisam mais morrer de fome e de sede nos desertos verdes do agronegócio; que, de hoje em diante, é a vontade da população que deve prevalecer e que somos nós os agentes de nossa História; que nós, o povo, podemos plantar e comer nosso próprio alimento; que podemos voltar a usufruir da abundância e exuberância quase inesgotáveis das terras brasileiras, não mais com monoculturas, mas aceitando, compreendendo e respeitando as possibilidades infinitas da imensa biodiversidade que aqui se encontra.

Assim, esta mudança começará por essas pequenas mudas que ofereceremos aos cuidados de nossos parlamentares, em nome da Vida e das futuras gerações. Que eles não deixem que elas morram, pois senão saberemos como pretendem cuidar de nossas vidas e dos biomas brasileiros.

Porque os tempos estão mudando, e a revolução será feita pelas pessoas, com mudas e sementes nas mãos!
jardimdaliberdade@gmail.com
jardimparaliberdade.wordpress.com

  
Para quem não puder estar em Brasília, segue as instruções dos organizadores sobre como colaborar em conexão com o Ato Nacional:

Aonde você estiver e com quem você estiver, acompanhado ou não, dia 31/07, inicie a sua manifestação:

* Medite sobre a questão.
* Converse a respeito com outras pessoas à tua volta.
* Dedique esse dia para visualizar a Floresta Intacta e livre
* Dedique essas poucas horas, as gerações futuras
* Pense a respeito.
* Faça uma placa com tua opinião e saia para a rua com ela; mesmo que com isso você pareça um bobo e que a sua voz é única no mundo.
* Simplismente fale a sua opinião em “voz alta”.
* Se vista de Verde (cor da Vida, da Verdade, da Esperança e da Cura).
* Siga seu Coração, em pró do que acredita…

http://atonacional.tumblr.com/ativismo/ausencia

É interessante estar atento sobre como a grande mídia ira cobrir o ato, já que a manifestação confronta com  o interesse de muitas das grandes empresas de comunicação no Brasil e no mundo.

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