Por Alberto Kirilauskas
Com os avanços das técnicas de informação no final do século XX, criou uma “convergência dos momentos”. Para Milton Santos, “a unicidade do tempo não é apenas o resultado de que, nos mais diversos lugares, a hora do relógio é a mesma. Não é somente isso. Se a hora é a mesma, convergem, também, os momentos vividos.” Isso faz com que se viva constantemente o tempo presente. Oculta-se a continuidade do tempo, que é composto por passado, presente e futuro. A ênfase no presente torna o passado como algo desconexo da vida da sociedade e as possibilidades do futuro fogem ao campo de visão. Assim, discursos que argumentam sobre o “fim das utopias”, ou discorrem sobre a necessidade de se viver o presente sem planejamento, um “carpe diem” descontextualizado, estão presentes nesse momento da história.
Para Marilena Chauí “há uma adesão à descontinuidade e à contingência bruta, pois, ao perdermos a diferenciação temporal, não só perdemos a profundidade do passado, mas também perdemos a profundidade do futuro como possibilidade inscrita na ação humana enquanto poder para determinar o indeterminado e para ultrapassar situações dadas compreendendo e transformando o sentido dela.”
Desta forma o reconhecimento da continuidade do tempo é importante para que se consiga, ao menos em parte, entender o passado, o presente e se possa pensar e construir o futuro.
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